Programa Pé-de-meia Licenciaturas: essencial, mas manco

Por Ronaldo Mota
O Programa Pé-de-Meia Licenciaturas, instituído pelo Ministério da Educação, representa um avanço importante para a formação de professores da educação básica. No entanto, a exclusão dos alunos de licenciatura na modalidade de Educação a Distância (EaD) revela um antagonismo infundado à educação digital. Em um mundo cada vez mais híbrido e flexível, onde a aprendizagem personalizada ganha protagonismo, é um equívoco desconsiderar o papel das plataformas digitais no ensino e na formação docente. O uso dessas ferramentas possibilita a construção de trilhas de aprendizagem adaptadas às necessidades individuais dos estudantes, algo essencial para os professores do futuro.
A decisão do MEC ignora a realidade de milhares de brasileiros que dependem do EaD, seja por preferências de aprendizado ou pela falta de cursos presenciais em suas regiões. Além disso, desrespeita a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que equipara o EaD ao ensino presencial e incentiva sua expansão. Ao restringir o benefício aos alunos presenciais, reforça-se um preconceito ultrapassado contra a educação digital, contrariando a necessidade urgente de formar professores preparados para um ambiente educacional cada vez mais tecnológico. Essa postura, além de desconectada da realidade educacional contemporânea, reflete uma dificuldade mais ampla do governo em compreender o papel das tecnologias digitais no mundo atual.