Universidades: de Humboldt ao Mundo da Inovação

Por Ronaldo Mota
Na coluna, o Prof discute como as universidades, tradicionalmente voltadas ao ensino, pesquisa e extensão, vêm passando por transformações significativas. Inspirado na Universidade de Berlim, o modelo acadêmico clássico enfatizava a pesquisa integrada ao ensino, mas a partir do século XIX, com o MIT, surgiram universidades focadas no desenvolvimento econômico regional. No Brasil, a influência humboldtiana permaneceu predominante, resultando em uma produção científica expressiva, mas com baixa conversão em inovação e desenvolvimento econômico. No entanto, as próximas décadas prometem mudanças mais rápidas e profundas, com a inovação se tornando um eixo central, exigindo novas abordagens de pesquisa e ensino mais conectadas com as demandas sociais.
Também comenta como a universidade pós-humboldtiana se caracteriza pela necessidade de interdisciplinaridade e trabalho em rede, superando a pesquisa isolada. A demanda social passa a definir prioritariamente as áreas de pesquisa, e os critérios de avaliação acadêmica precisam se adaptar para considerar impactos econômicos e produtivos, além das publicações científicas. A extensão universitária também se transforma, abandonando a ideia de levar conhecimento à sociedade para adotar um modelo de troca mútua. Nesse cenário, incubadoras de empresas e parques tecnológicos ganham relevância, e o empreendedorismo se redefine, tornando-se mais coletivo. Assim, a universidade do futuro desempenhará um papel essencial não apenas na formação acadêmica, mas também na inovação e na competitividade global.