Inteligência Artificial: inexorável e bem-vinda
Nesta semana (10 e 11 de fevereiro), a França sediou o Artificial Intelligence (AI) Action Summit, reunindo Chefes de Estado e de Governo, líderes internacionais, CEOs, acadêmicos, ONGs, artistas e sociedade civil.
Os painéis sobre Inteligência Artificial (IA) tiveram um tom mais otimista, minimizando riscos de sua adoção em massa. O presidente francês Emmanuel Macron enfatizou os benefícios da IA, seguido por Sam Altman (OpenAI), Demis Hassabis (Google DeepMind) e Dario Amodei (Anthropic).
Comparado a eventos anteriores (Inglaterra e Coreia do Sul), analistas percebem uma mudança de tom, considerando a IA inexorável e bem-vinda. Destacaram-se avanços na medicina e ciência do clima. O risco de “ficar para trás” frente a EUA/Canadá e Ásia leva a União Europeia a repensar sua legislação (junho de 2023). Destaca-se o avanço do modelo DeepSeek, da China, de código aberto e mais eficiente em custos e energia.
Ficou claro que a IA impacta o mundo como a internet no início do século, mas em ritmo ainda mais rápido e profundo. Embora prometa riqueza, não necessariamente trará mais justiça social. A história ainda está sendo escrita e terá impactos distintos entre países, setores e grupos sociais.
No Brasil, governo, empresas e academia ainda são tímidos no debate sobre IA, arriscando comprometer gerações futuras. Educação em todos os níveis é essencial para irmos além do papel de meros usuários. Centros de excelência em IA são fundamentais para garantir competitividade econômica.
A IA pode ser um atalho para superar bolsões de pobreza, mas também pode ampliar desigualdades. No agronegócio, onde já somos competitivos, o uso estratégico da IA pode ampliar nossa participação global. Sem IA, corremos o risco de irrelevância em poucos anos.
A única certeza é que ignorar a IA significa um futuro nada promissor. Ela reconfigurará economias e criará inúmeras oportunidades, mas exigirá educação e investimentos contínuos. O que escolhemos hoje determinará nosso futuro.